terça-feira, 18 de agosto de 2009

O que você quer deixar para o mundo?

Introdução

Como podemos definir a morte? Bom... Dei uma olhada no Dicionário Houaiss
e, entre várias, escolhi a seguinte definição: “fim da vida, interrupção definitiva da vida humana, animal ou vegetal.

É interessante refletirmos sobre a morte. Apesar de ser uma das únicas certezas que temos, nossa cultura não nos prepara para ela; com isso, vivemos como se todos fôssemos "Highlanders"
. É algo difícil de aceitar, mas a morte marca o fim do ciclo da vida. Inclusive, em um almoço com amigos falamos sobre isso, meu amigo Bruno comentou que existe um momento da vida em que vamos a diversas formaturas de amigos que cresceram com a gente. Em outro momento, vamos aos casamentos desses amigos (e eles vão aos nossos :-)). Depois, começamos a freqüentar diversas festas de crianças (filhos desses amigos). Algumas décadas depois começa a parte mais triste, que é quando começamos a ir aos velórios destes que passaram várias décadas ao nosso lado. Parafraseando o amigo do Indiana Jones no último filme: "Existe uma hora que a vida pára de dar e começa a tirar.".

O ciclo da vida também é citado em canções, a música Aquarela, de Vinícius de Moraes e Toquinho, conta de uma forma muito sutil toda nossa trajetória por aqui. A propósito, quem se lembra do comercial da Faber-Castell que mostrava um clipe sobre esta música?



Entrando no tema

Após divagar um pouco sobre a vida, vamos voltar à questão do título deste texto: Sabendo que um dia não estaremos mais aqui, o que desejamos deixar para o mundo?

Será que estamos aqui somente para crescer, constituir uma família, envelhecer e depois morrer? Não quero dizer que seja simples ou fácil passar pelo ciclo da vida (inclusive já compartilhei algumas dificuldades que enfrentei), mas, mesmo com todas as dificuldades, será que não podemos ir além da “rotina”?

Será que não podemos dedicar parte do nosso tempo para aplicar nossas habilidades na transformação do mundo em um lugar melhor? Sei que depois dessa alguém pode estar pensando “Ahhhh... Sem chance! O mundo é muito grande e eu sou um só!”, mas o mundo que me refiro aqui é o espaço que interagimos no dia-a-dia (nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, etc.).

Se você não pensou em nada quando eu falei sobre “tornar o mundo melhor”, depois da minha definição de mundo é provável que você esteja pensando “Então beleza, como eu não jogo lixo na rua a minha parte está ok!”. Mas reflita alguns segundos ou minutos aí do outro lado... Sabemos que você e eu podemos ir além do que é a nossa obrigação, não é mesmo? É improvável que ao sair de casa, você não se depare com alguma cena que faça surgir em sua cabeça uma frase do tipo “Poxa, que situação... E ninguém faz nada.”.

Independente de ser ou não responsabilidade de outros (na maioria das vezes, do governo), normalmente temos condições de atuar em alguns problemas que presenciamos no dia-a-dia. Mas costumamos “investir” o tempo em reclamações, passando a bola para frente ao invés de assumirmos que podemos ser parte da solução.

Por isso, proponho uma reflexão sobre nossa missão aqui na Terra. Sei que pode parecer algo profundo e místico, mas na realidade é uma tarefa muito prática e objetiva. Quase todas as religiões defendem a idéia de que estamos aqui de passagem (até quem não tem religião acredita nisso), então que tal aproveitarmos o “nosso turno” da melhor forma possível?

Vale comentar que o título “O que você quer deixar para o mundo?” não foi escolhido por acaso. Inicialmente pensei na frase “Como você quer ser lembrado?”, mas concluí que para um bom “marqueteiro”, fica fácil ser lembrado como alguém que fez a diferença sem efetivamente ter deixado algo de bom.

Conclusão

Podemos considerar que este texto é um “pseudo-monólogo”, pois sempre reflito sobre o que posso deixar para o mundo. Ao pensar sobre o assunto, fatalmente caio em outra questão: “O que eu fiz hoje para tornar o mundo melhor?”, mas vamos deixá-la para outro momento. Espero que possam se enxergar no texto aqueles que compartilham da mesma preocupação que eu, também espero que uma reflexão se inicie naqueles que nunca pensaram sobre o tema.

Provavelmente voltaremos neste assunto em algum momento, encerro com a frase dita pelo personagem “Maximus Decimus Meridius”, no filme Gladiador (1:03 no trailer):

Brothers... What we do in life... echoes in eternity.” (O que fazemos em vida, ecoa na eternidade.)


Muito obrigado!

Um abraço,
Alessandro.


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Mudança de Fase

Introdução

É engraçado quando começamos a refletir sobre a vida, pois sem perceber fazemos uma divisão por fases. Por exemplo, quem nunca usou alguma variação das frases abaixo:

- “Ahhhh, isso aconteceu antes de eu entrar na empresa X”.
- “Quando fiz aquela viagem, ainda nem conhecia minha esposa (ou esposo)”.



Ou, simplesmente (frase genérica =))...

- “Isso aconteceu | antes | durante | depois | do evento X.”

Ou seja, nossa vida é composta por diversas fases, algumas são identificadas por eventos importantes que criam marcos inesquecíveis.

Apesar de normalmente passarmos por elas sem perceber, essas fases podem durar meses, anos ou décadas. O engraçado é que sempre citamos inconscientemente os períodos importantes da nossa vida, e não necessariamente o ano em que o evento ocorreu (é só dar uma olhada nos exemplos de frases).
Acredito que a reflexão sobre essas fases é um ótimo exercício. Ela permite enxergar o quanto evoluímos (ou não), o que conquistamos, o que perdemos... Enfim, o quanto “mudamos” com o passar do tempo.
Bom... Depois dessa, é provável que alguns de vocês estejam pensando: "Não viaja rapaz, quem vive de passado é museu!"

Lamento informar que eu viajo mesmo (Duvida? É só fazer um filtro pela label "ViagensDoAlessandro"). Mas, neste caso, não acredito que seja uma viagem psicodélica; conforme comentei em 2007, no texto 25 anos depois, "o passado reflete no presente".

Falando no texto 25 anos depois, aquele foi um exemplo de reflexão sobre as fases da vida (utilizei os anos dos eventos para facilitar a vida daqueles que não me conhecem há tanto tempo).

Mas por que "falei" tudo isso? Vou responder antes de vocês perguntarem. =)

Quero falar sobre dois marcos muito importantes na minha vida, eles são separados por exatamente 10 anos (dezembro de 1998 e dezembro de 2008).

SENAI

Naquele mesmo texto sobre os 25 anos eu falo rapidamente sobre meu período no SENAI. Não me recordo o dia exato, mas lembro como se fosse hoje do dia que fiz a inscrição para o Curso de Aprendizagem Industrial, na escola SENAI “Professor Vicente Amato”, em Jandira.

O processo seletivo foi um pouco demorado, além da prova escrita, que todos os inscritos realizaram, lembro de ter feito outros exames. Todos listaram os 3 cursos que desejavam realizar, por ordem de prioridade. As opções eram: Mecânico Geral, Eletricista de Manutenção, Ajustador Mecânico e Caldeireiro. Lembro de ter estudado bastante para a prova, pois desejava realizar o curso de Mecânico Geral, e este era um dos mais procurados.

Em janeiro de 1997 estava lá eu, com 14 anos e todo empolgado para aprender coisas novas. Aquele dia tinha tudo para ser perfeito, mas um incidente acabou atrapalhando: Minha marmita não esquentou! Hoje dou muitas risadas quando me lembro disso, mas não foi muito legal comer a comida fria. =)

Durante dois anos convivemos juntos, durante 9 horas por dia, naquele ambiente que misturava diversão, disciplina e muito trabalho. Enfrentamos momentos difíceis, o mais marcante foi receber a notícia do falecimento do nosso companheiro César Jesus dos Santos, isso aconteceu no último semestre do curso, em um acidente com a bicicleta que o transportava todos os dias para o SENAI.

...

Posso dizer que o SENAI foi um divisor de águas na minha vida, além da parte técnica que nos foi ensinada, lá tive muitas lições sobre como trabalhar em grupo, como respeitar as diferenças e também sobre como se comportar dentro de uma empresa. Além disso, não posso deixar de citar os valiosos conselhos dos professores, que estavam sempre dispostos a nos ajudar, mesmo fora do horário de aula.

Em dezembro de 1998 estávamos lá, quase dois anos depois daquele dia em que minha marmita não esquentou, nos formando como “Mecânicos Gerais”, foi um evento inesquecível! Continuei no SENAI por mais um ano, me especializando como Mecânico de Manutenção, depois disso, em janeiro de 2000, iniciava em meu primeiro emprego, fui trabalhar como auxiliar de serviços gerais, na Primi Formulários (outra grande escola).

FACULDADE

Quem me conhece ou leu o texto dos 25 anos sabe que o início da faculdade foi um pouco conturbado para mim, pois mudei de curso nas primeiras semanas de aula (de Ciência para Computação para Sistemas de Informação). Depois disso, foi tudo muito tranqüilo (bom... se for considerar toda correria e dificuldades financeiras, concluo que não foi tãããão tranqüilo assim). Mas em meados de 2005 a tranquilidade acabou; quando eu estava no terceiro ano participei de um projeto na empresa onde trabalhava, o volume de trabalho fez com que eu me ausentasse da faculdade durante o resto de 2005 e em 2006. O aprendizado adquirido neste período foi algo que não tem preço, mas custou um atraso de dois anos para conclusão do curso.

Em janeiro de 2007 estava lá eu, começando novamente o terceiro ano. Bom... Posso resumir os anos de 2007 e 2008 com uma frase: “FOI PUNK!!!!!”. Conciliar a correria da faculdade com a correria da empresa não é algo simples (quem conhece a experiência, sabe do que estou falando), foram vários sábados, domingos e noites fazendo trabalhos e estudando para provas.

Na noite do dia 9 de dezembro de 2008 (terça-feira), praticamente dez anos depois da formatura do SENAI, eu estava tenso, esperando para fazer a última prova do curso de Sistemas de Informação. A matéria era complexa, Computação Gráfica, mas, graças a Deus, eu não precisava de muita nota para ser aprovado, mesmo assim a expectativa era grande, afinal de contas, foram 6 anos esperando por aquele momento.

Não consigo descrever a sensação de alívio depois da prova! Enquanto caminhava pelos corredores do UNIFIEO, surgiram várias lembranças dos 6 anos que estive por ali. A partir daquele momento eu estava livre para iniciar uma pós, mestrado, MBA ou especialização.

Mas foi hoje (15 de fevereiro), lá pelas 11 da manhã, que selamos o fim do curso. No HSBC Brasil aconteceu nossa emocionante colação de grau. Na outorga com os representantes dos cursos, a professora Regiane Relva Romano, representando o reitor do UNIFIEO, nos declarou Bacharéis em Sistemas de Informação.

MOTIVAÇÃO E AGRADECIMENTOS

Alguns podem estar questionando: “Alessandro, pra que todo esse blábláblá?!?!?! Seu blog está virando o ‘meu querido diário’?!?!?!”

Não! Tenho algumas razões simples que me motivaram a escrever este texto:

1 – Muita gente poder estar enfrentando hoje uma situação semelhante a que enfrentei para chegar aqui. Sabendo o quanto é difícil (seja por questões financeiras, cansaço, etc.), acho importante compartilhar minha experiência;

2 – Convidar todos para refletirem sobre as fases da vida;

E, principalmente:

3 – O texto é uma das formas de agradecer a ajuda e apoio de todos que estiveram ao meu lado nesse período. Durante vários momentos do curso, diversas pessoas participaram de alguma forma para que eu conseguisse prosseguir:

- Quando eu estava tentando me transferir para Sistemas de Informação, ocorreram alguns problemas para conseguirem a vaga, isso fez com que eu pensasse em trancar a matrícula. Agradeço pelos conselhos da minha amiga Jaqueline, eles contribuíram muito para que eu fosse paciente e esperasse a vaga surgir.

- Agradeço pela grande ajuda da minha amiga Déia. Ela terminou o curso em 2007 e forneceu o material utilizado no terceiro e quarto ano. Suas anotações foram um ótimo apoio nos estudos de Sistemas Distribuídos, Java, Computação Gráfica e etc.

- Muito obrigado aos professores que estiveram conosco durante o curso, principalmente àqueles que me aconselharam e me ajudaram no período em que estive fora da faculdade.

- Também quero agradecer pela ajuda de todos os colegas que fizeram SI! Principalmente na época de provas era possível observar a união entre os grupos (independente das diferenças de cada um), sempre compartilhando materiais estratégicos e dicas fornecidas por colegas que já haviam feito as provas.

- Aos amigos Suellen Fontes e Nelson Júnior, por todos os sábados, domingos e noites, na faculdade ou na Padoca do Anão. Estudando ou fazendo trabalho, pelos momentos de risadas (vários!!!), “tiração de sarro” ou discussões. Durante esses dois anos conseguimos nos complementar, participando das conquistas e dificuldades enfrentadas no curso. Muito obrigado por me suportarem nesse período, a ajuda de vocês foi fundamental!

- Agradeço especialmente pela ajuda e apoio da minha família, não só neste momento, mas em tudo que enfrentei até hoje. Entre tudo que recebo da minha família, posso citar os conselhos do meu pai, o suporte e preocupação da minha mãe (sempre deixando a janta pronta e me esperando até tarde) e o companheirismo dos meus irmãos como alguns alicerces para que eu tenha chegado até aqui.

- Também agradeço a Deus, pela ajuda em todas as áreas da minha vida e por colocar as pessoas certas no meu caminho.

**Início do trecho incluído no dia 05 de maio de 2009**

Acredito que a frase (e o vídeo) que segue conclui muito bem a mensagem que desejo passar neste texto, além disso, é uma das ótimas lembranças do grande Ayrton Senna:

"Seja quem você for, seja qualquer posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."



**Fim do trecho incluído no dia 05 de maio de 2009**

E AGORA?

Bom... Graças a Deus estou iniciando uma nova fase, a pós-graduação e a especialização estão engatilhadas. Agora é seguir com muita fé e trabalho em busca de novas conquistas.

Quero registrar meus parabéns e desejar muito sucesso para todos os colegas que selaram hoje sua conquista! Boa sorte para todos vocês!

Sei que o texto ficou longo, por isso agradeço a paciência dos que conseguiram acompanhá-lo até o final.

Um abraço,
Alessandro.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Pessoal,
Bom dia!
Em junho de 2007, meu professor de Filosofia e Ética solicitou que refletíssemos sobre a seguinte questão "É possível criar Inteligência Artificial?". Tínhamos como base o filme Inteligência Artificial e o livro O imaterial: conhecimento, valor e capital (Capítulo 4: ...Ou rumo a uma civilização pós-humana). Como o tema é interessante, resolvi compartilhar com vocês o resultado da minha reflexão:
-------------------------------------------------
É POSSÍVEL CRIAR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?
A resposta será SIM se considerarmos uma das definições de inteligência fornecidas pelo dicionário Aurélio:
FACULDADE OU CAPACIDADE DE APRENDER, APRENDER, COMPREENDER OU ADAPTAR-SE FACILMENTE, INTELECTO, INTELECTUALIDADE.
Nos últimos anos, podemos observar uma série de avanços dentro da I. A. (Inteligência Artificial) que permitem a criação de “dispositivos inteligentes”, podemos citar, por exemplo, as Redes Neurais Artificiais, que permitem que o sistema “aprenda” e evolua.
Mas concordo com o autor André Gorz quando ele disserta sobre conhecimento e inteligência, deixando claro que os dois são diferentes – a inteligência está ligada às nossas experiências, ela é desenvolvida de acordo com as situações que enfrentamos (página 79). Além disso, na página 78 ele fala que “a inseparável da vida afetiva”.
Obviamente, para poder responder SIM a questão utilizei um definição mais simplista de inteligência. E sinceramente espero que a I.A. se desenvolva em um caminho onde “sistemas especialistas” possam realizar melhor que o homem trabalhos que envolvam “alto risco” (por exemplo, localizar minas ainda ativadas em alguns países da África), e também onde possa apoiar a pesquisa para a cura de diversas doenças.
Mas aqui entramos em mais uma questão discutida tanto no filme quanto no texto: Até onde queremos chegar com isso?
Alan Turing já defendia a idéia de que “a alma dos homens podem ser transferidas às suas máquinas” (página 84). Em contrapartida, o filme invalida essa afirmação ao dizer que “só orgas – humanos – acreditam no que não pode ser visto ou medido” (1:33 do filme, diálogo entre o Gigolô Joe e David) e que “os humanos possuem ‘espírito’... criaram milhares de explicações para o sentido da vida” (2:08 do filme, diálogo entre David e possível extraterreste).
O filme representa a realização de uma façanha que é discutida no texto de André Gorz, onde um robô é capaz de sonhar e amar. Mas também apresenta um futuro “distante” onde os robôs e humanos estão à beira de uma guerra, alerta também deixado pelo autor.
Acredito que mesmo que a ciência evolua ao ponto de permitir a criação de “Máquinas Humanas e Homens-Máquina” (página 94), temos uma série de questões morais e éticas a serem consideradas. A idéia de um projeto para “melhorar a espécie humana” me faz lembrar das experiências bizarras realizadas pelos nazistas, onde desejava-se provar a “superioridade” da raça ariana. Por essas e outras, esse é um assunto muito delicado.
Steven Spilberg (diretor do filme I.A.) deixa o seguinte alerta: “De certa forma, precisamos ter limites para os nossos avanços, limites éticos, morais e limites que nos digam ‘Ei! Não podemos mexer com isso!’”
Também temos o alerta deixado por André Gorz na página 88 do livro: “A abolição da natureza tem como motor não o projeto demiúrgico da ciência, mas o projeto do capital de substituir as riquezes primordiais, que a natureza oferece gratuitamente e que são acessíveis a todos, por riquezas artificiais e comerciais: transformar o mundo em mercadoriais das quais o capital monopoliza a produção, posando assim como mestre da humanidade.”
Conclusão
Quando consideramos “sistemas especialistas” apoiando atividades humanas de alta complexidade e periculosidade podemos dizer que é possível a criação de I.A.. O que eu acredito não ser possível(concordando com o autor) é a utilização de sistemas de I.A. para realizar a eugenia da raça humana. Por isso, esses estudos devem ser apoiados por um código de ética mundial, não permitindo o controle por uma única nação ou grupo de pessoas restrito.
-------------------------------------------------
Bom pessoal, é isso... Fiquem a vontade para enviar seus comentários! Talvez possamos iniciar uma discussão sobre o assunto.
Ótimo 2008 para todos!
Um abraço e muito obrigado!
Alessandro.

domingo, 5 de agosto de 2007

25 anos depois...

Olá, pessoal!

Fiquei um bom tempo pensando no título desse texto, estava indeciso se seria "1/4 de século", "25% de século concluído", entre outros que eu já nem lembro mais. Acredito que o título escolhido representa muito bem o objetivo do texto.

Sei que os colegas e amigos leitores que tiverem mais de 25 anos ficarão bravos comigo, mas é interessante pensar que após completar 25 anos e um dia estou mais na casa dos 30 do que na casa dos 20.

Não me sinto "velho" com isso, mas percebo que estou saindo de uma geração e entrando em outra. Bom... De qualquer forma não é a primeira vez que tenho essa percepção.

Recordar é viver
(ou "o passado reflete no presente, e o presente reflete no futuro")


Nasci no Hospítal das Damas, em Osasco, no dia 03 de agosto de 1982. O mundo era bem diferente quando cheguei: Ainda tínhamos um governo militar (o 5º governo militar, do presidente João Figueiredo). Adoniran Barbosa, Carlos Drummond de Andrade e Garrincha ainda eram vivos e o Ayrton Senna nem era campeão (a geração atual nem lembra do nosso tricampeão mundial de Fórmula 1).

Nasci e e fui criado na periferia, isso permitiu que eu crescesse com uma visão mais real do mundo, com certeza fui muito influenciado por isso. Passei os dois primeiros anos da minha vida na casa da minha avó (Jardim Veloso, Osasco), lembro-me como se fosse hoje do pequeno caminhão verde que fez nossa mudança para a "Casa Liberdade" (Jardim Veloso, Carapicuíba), onde ficamos mais ou menos 4 anos como caseiros, até que, em 1988, meu pai comprou uma casa na Cidade Ariston, bairro na periferia de Carapicuíba.

Cresci jogando bola na rua com a molecada. Correndo de carrinho de rolimã, apertando a campainha e batendo palma na casa dos outros, para depois sair correndo (quem me conhece hoje talvez duvide que um dia aprontei tanto =)). A molecada lá da rua e da rua de cima se reunia para brincar de esconde-esconde à noite, demorava quase uma hora para achar todo mundo. Era simplesmente muito divertido!!!

Entre uma brincadeira e outra fui percebendo o Brasil e o mundo se transformando... Lembro quando passava a Semana do Presidente na TVS/SBT (me parece que isso ajudou o Homem do Baú conseguir a consessão do canal), lembro também do José Sarney como presidente e da disputa entre Collor e Lula nas eleições de 1989. Nesse mesmo ano pude ver a queda do Muro de Berlim.

Acompanhei pela TV o desespero de muita gente que perdeu dinheiro com o Plano Collor em março de 1990. Parece que foi ontem que vi o anúncio da renúncia do Collor, em dezembro de 1992.

Acho que foi nessa época (1991/1992) que comecei gostar da leitura, passava horas lendo gibis na casa da Dona Izaura (grande amiga da nossa família) toda vez que minha mãe ia pra lá.

Apesar de sermos uma família humilde, graças a Deus meus pais deram muitas condições para que meus irmãos e eu estudássemos, além de sempre nos motivarem. Um exemplo é a frase do meu pai, quando questionado por uma amiga da minha mãe sobre o motivo para votar no presidencialismo no Plebiscito de 1993: "Amanhã, um deles pode ser presidente." (apontando para mim e para o meu irmão).

Tive a oportunidade de ver muitas vitórias do Senna. Acompanhei, com tristeza, seu acidente e o anúncio da sua morte, em 1º de maio de 1994.

Ainda em 1994, era engraçado usar a tabela de conversão do Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor, toda padaria e boteco tinha uma. Foi muito legal ver o doce custando 10 ou 5 centavos, após 1º de julho, com a implantação do Plano Real. Dava para fazer muita coisa com o 1 Real que eu ganhava todo mês do meu pai! Se minha memória não estiver me enganando, o Plano Real marcou o "início do fim" da festa da galera que comprava "muamba" no Paraguai e revendia no Brasil.

No final de 1994, o jornal Folha de S. Paulo publicou um mapa destacando os blocos econômicos mundiais, foi nessa época que comecei entender o que é Globalização.
Em 1995 foi a primeira vez que ouvi falar no El Niño e seus efeitos. Fazia um calor enorme durante o dia e depois chovia forte no final da tarde, era nessa chuva que a molecada juntava na rua para correr e jogar bola (acho que minha rua nem era asfaltada ainda, só tínhamos as guias, que foram colocadas em agosto de 1994).

1997 foi um ano de mudanças radicais na minha vida. Em janeiro comecei o CAI (Curso de Aprendizagem Industrial) de Mecânico Geral, na escola SENAI Professor Vicente Amato, em Jandira. Como o curso era período integral, precisei me transferir para o período noturno na escola. Foi estranho no começo, pois boa parte da sala era formada por pessoas que tinham entre 20 e 30 anos(poxa, eu tinha 14). Além disso, eu já não podia ir para a rua depois da aula, pois ficava o dia inteiro e parte da noite estudando.

Foi a partir dessa época que os moleques que cresceram comigo foram fazendo suas escolhas, infelizmente, alguns não fizeram escolhas tão boas.

Em 1997 tive meu primeiro contato com a Internet, foi usando o Altavista como ferramenta de busca e o Internet Explorer 3 como navegador que fiz minha pesquisa sobre o planeta Marte, na biblioteca do SENAI.

Nesse mesmo ano a economia brasileira tremeu com a crise nas bolsas asiáticas, lembro bem desse período, muita gente falava que o Real não aguentaria o tranco.

Em 1998, me formei no CAI e vi a Seleção Brasileira perder de 3 a 0 para a França na final da Copa do Mundo.

Vi o apavoro de muita gente na virada de 1999 para 2000, tudo motivado pelo (pseudo) Bug do Milênio e superstições que envolviam a virada do milênio.

O ano 2000 foi de muitas novidades. Após passar o ano de 1999 fazendo o Curso de Especialização em Mecânica de Manutenção (também no SENAI) comecei trabalhar como Auxiliar de Serviços Gerais em uma gráfica. Esse ano também foi marcado pelo estouro da bolha da Internet e pela minha(inesquecível) viagem de formatura do ensino médio ao hotel Águas do Vale.

2002 foi o ano que comecei trabalhar efetivamente na área de TI, eu ainda estava no curso técnico em informática na ETE (Escola Técnica Estadual) Professor Basilides de Godoy quando comecei trabalhar como Analista de Suporte na revista FórumAccess. Esse ano também foi marcado pela "tremida" na economia brasileira, reflexo do mercado a possível vitória do Lula nas eleições. Quem tem mais de 20 anos deve lembrar da postura radical do Lula nas campanhas presidenciais anteriores, isso acabou "assustando o mercado" em 2002 (susto que não foi justificado após a posse).

Minha vida acadêmica começou em 2003, quando ingressei no curso de Ciência da Computação do Centro Universitário FIEO. Não durei duas semanas nesse curso, quando percebi que não era minha praia pedi transferência para o curso de Sistemas de Informação.

Depois disso, já entramos na "história recente". Por isso irei poupá-los de mais blablabla e mudarei de assunto. =)

Momento "Fantástico Mundo de Bobby"...

Quem me conhece sabe que, ás vezes, dou umas "viajadas psicodélicas". Não é a toa que um dos meus apelidos é Bobby (quem se lembra do desenho "O Fantástico Mundo de Bobby"?). Em uma dessas viagens pensei em como seria legal se existisse uma máquina do tempo um pouco diferente...

A idéia da "Máquina do Tempo Diferente" seria proporcionar uma "experiência otimizada de recordações", algo semelhante ao que acontece no filme Click, onde Michael Newman consegue um controle remoto que permite rever algum episódio da vida, mas sem conseguir interferir no evento.

Realmente seria muito bacana você poder recordar algo como se tivesse vivendo o momento novamente! Mas enfim, viagens de Alessandro...

Conclusão

Sou grato a Deus por esses primeiros 25 anos de vida! Não sei o que vem pela frente, mas espero continuar contando com Ele para trilhar o meu caminho.

Minha família tem sido simplesmente fundamental em toda essa história, com certeza não teria conseguido sem eles. Meus poucos amigos têm uma participação especial na minha jornada: alguns ouvindo minhas viagens, outros me dando broncas, outros rindo comigo, outros me ensinando, etc.; mas todos fazem parte da minha vida. Agradeço a Deus pela vida de todo esse povo!

Observação

Vocês devem ter percebido que minha história está bem resumida no texto, não falei nada sobre o Células de Estudo, sobre o Bate Papo de Buteco e nem sobre as palestras que apresentei. O texto ficaria muito longo se eu detalhasse mais, por isso, deixo registrada a intenção futura de um texto mais completo. ;-)





É isso aí pessoal! Agradeço a atenção de todos vocês na leitura deste texto enorme. =) Fiquem a vontade para postar seus comentários.

Um abraço e até a próxima, se Deus quiser.
Alessandro.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Mulheres, parabéns!!!!

Bom dia pessoal!

Hoje, dia 08 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher.

Mas, porque ele é comemorado justamente nesse dia?
Em uma pesquisa rápida na internet encontrei o seguinte texto:
Por que o dia 08 de março?
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.
Fonte: http://www.eselx.ipl.pt/ciencias-sociais/Temas/direitos_mulher/
PARABÉNS E MUITO OBRIGADO A TODAS AS MULHERES!
Esse também é um ótimo momento para divulgar (para quem não conhece) os Objetivos do Milênio. Os objetivos número 3 e 5 são especiais para vocês (precisamos lutar por eles!):
Um abraço e tenham um ótimo dia!
Alessandro.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Você já dormiu no trem? - tem coisas que só acontecem comigo =P

Publiquei esse post em um BLOG antigo, o fato ocorreu no dia 14 de março de 2005 e foi publicado no dia 21 de março de 2005. Resolvi trazê-lo para cá pois o post ficou bem engraçado, e o BLOG no theSpoke será desativado em breve.
Olá pessoal!
Tudo bem?
Na realidade a primeira pergunta tem que ser: Você anda de trem? ;-) Quem anda de trem sabe que as sonecas durante a viagem são uma realidade. Apesar que nem todos conseguem dormir no trem, eu mesmo não conseguia, essa foi uma habilidade que desenvolvi com o passar do tempo (desde 1997 - quando entrei no SENAI). Hoje posso me considerar um especialista para dormir em trem e ônibus, cheguei a um nível de maturidade tão alto (olha o que estudar CMMI está fazendo comigo... hahahaha) que consigo dormir em pé.
Mas o que irei relatar é inédito para mim! Não conheço ninguém que tenha passado por situação semelhante (e talvez você também não conheça ;-)):
Na segunda-feira passada (dia 14) saí em torno de 18:30 daqui da empresa. Em torno de 18:50 já estava na estação Morumbi, em torno de 19:00 peguei o trem.
Naquele dia eu estava um pouco cansado, pois meu final de semana tinha sido bem corrido.
Peguei uma revistinha para ler (minha mochila parece uma banca de jornal de tantas revistas que tem), mas como bateu o sono resolvi tirar um cochilo (afinal, ainda estava na estação Vila Olímpia - desço na estação Presidente Altino e subo caminhando para a faculdade).
Quando despertei do "cochilo" percebi que o trem estava com todas as luzes apagadas e vazio, foi aí que dei conta que o trem estava recolhendo (voltando para a "garagem").
O que me restou nesse momento foi apelar para meus recursos tecnológicos: Sei que abaixo da poltrona 17 de todos os trens existe uma interface USB (isso foi um ovo de páscoa deixado pelos engenheiros da SIEMENS que modelaram o trem, pouquíssimas pessoas sabem disso). Peguei meu telefone celular *chocalho, conectei o cabo USB nele e na interface do trem e, utilizando um software hacker que peguei em um CD de uma revista que esqueci o nome, consegui acessar o sistema do trem e o trajeto que ele iria seguir. Alterei a rota para que ele parasse em Carapicuiba (estação onde desço). Então tudo se resolveu.
Bom... Sei que a frase anterior não teve graça nenhuma... Realmente é pura viagem... Então vou voltar a realidade.
Quando percebi que o trem estava recolhendo, pensei em duas coisas:
  1. Caramba... Nem para o povo me acordar quando chegou em Osasco...
  2. Como vou fazer para sair daqui?
Eu poderia tomar uma atitude **joselítica, em todos os vagões existem aqueles freios de emergência, mas conclui que parar o trem daquela forma não seria uma ação inteligente.
Foi aí que lembrei do "interfone" que existe em cada vagão para que a gente se comunique com o operador do trem. Apertei no botão e comecei a falar: "Tem alguém me ouvindo?!?!?!" Mas ninguém respondia... Pensei: "Caramba... E agora... Só falta esse negócio estar quebrado... Aonde será que esse trem vai parar? Pìor que nem tem janela para poder pular... Hahahaha" Tentei abrir a porta para mudar de vagão e tentar usar o interfone do outro, mas estava trancada.
Quando percebi, o trem estava chegando na estação Comandante Sampaio (tudo isso aconteceu entre a estação Osasco e Comandante Sampaio). Ele foi parando e abriu as portas. Esse foi meu momento de felicidade!!!
Mas ficou a dúvida: "Ué... Será que tinha parada programada para todos que estivessem dormindo descer? =P" Fui até o lugar onde fica a operadora para perguntar se ela tinha me ouvido, expliquei toda situação (que eu tinha dormido... =P) e perguntei se ela ouviu eu falar no interfone. Ela me explicou que não tinha ouvido, mas quando alguém aperta o botão para falar é emitido um aviso no display que existe na cabine. A propósito, é bem interessante a cabine de operação do trem, tem um monitor que exibe diversas informações (acredito que seja um computador de bordo).
É isso aí pessoal!!! Não poderia deixar de postar essa aventura... ;-) Tem coisas que só acontecem comigo. Hahahahaha
Agora podem parar de rir e voltar ao trabalho... Hahahahahahaha.
Abraço a todos!
Alessandro.

GLOSSÁRIO:
*telefone celular chocalho - Telefone celular Nokia que eu tenho (mas não funciona mais), ele caiu tanto que ficou parecendo um chocalho por causa das peças soltas.
**atitude joselítica - adjetivo - termo utilizado para referenciar atitudes típicas de um Joselito Sem Noção, também conhecido como "Espírito de Porco". Também pode ser usado o termo "atitude joselíptica"
Related Posts with Thumbnails